Auto-Conhecimento

Filhos livres e independentes

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Desde que minha filha aprendeu a andar, ela faz algumas tarefas de casa, como por exemplo:

  • leva a própria fralda suja para a lixeira do banheiro
  • quando voltamos do supermercado, ela ajuda a levar alguns pacotinhos para a cozinha
  • ajuda a guardar os brinquedos na caixa
  • tira as roupas da máquina de lavar roupa para eu estender no varal
  • quando estamos varrendo a casa, ela sai correndo procurar a vassourinha pequena dela e começa a varrer junto com a gente

E por aí vai.

Eu já pensava bastante sobre o assunto, pois algumas pessoas do meu trabalho falavam em tom de brincadeira de que eu estava incentivando a exploração infantil. Mas a decisão de escrever um post veio quando o meu marido também ouviu esse tipo de comentário no trabalho dele, só que desta vez, de que ele estava sendo machista ao ensinar tarefas domésticas para a nossa filha.

Como já disse em posts anteriores, eu não fico chateada, nem irritada, nem sinto nada com estes comentários, pois sei que as pessoas não falam na maldade, elas falam por falar, falam sem pensar muito. A parte boa disso tudo é que me dá conteúdo para escrever aqui neste blog, o que é ótimo!

Então vamos lá.

Eu estimulo sim a minha filha a ajudar nas tarefas de casa. Como ela é muito pequena, tudo é muito divertido para ela. Ela adora desempacotar os itens quando volto do supermercado, abrir as caixas que vêm do correio, gosta muito de levar os pratinhos e copos de plástico para a mesa quando estou preparando o almoço, jogar lixo até a lixeira, etc. Tudo isso porque ela gosta muito de me imitar. Se estou varrendo a casa, ela também quer varrer. Se estou guardando os brinquedos dela em uma caixa, ela também começa a me ajudar. Se estou deitada descansando, ela vem correndo e encosta a cabeça no travesseiro comigo.

Eu não tenho muita ambição em relação a ela, de querer que ela seja médica, advogada, engenheira, astronauta.

Mas eu desejo muito 2 coisas: eu desejo que ela seja muito feliz, e desejo muito que ela seja livre.

E quando falo SER LIVRE, é no sentido mais amplo da palavra.

Se ela não sabe cozinhar, ela se torna dependente de uma mãe, de um cozinheiro, de um restaurante ou de alguém para cozinhar para ela.

Se ela não sabe limpar a casa, ela se torna dependente de uma empregada doméstica ou faxineira.

Se ela não sabe pregar um prego na parede, ela será dependente de uma pessoa que faça isso para ela.

Quando ensino a minha filha a cozinhar, limpar a própria casa, a ajudar nas tarefas de casa, (também pretendo ensiná-la) a poupar dinheiro, a administrar a casa, a rotina, a vida, a administrar as emoções, estou ensinando a minha filha a ser livre.

Eu não quero a minha filha dependente, nem por pessoas, nem por coisas. E isso não é nem de longe exploração infantil e/ou machismo por ensinar tarefas domésticas, já que mesmo se eu tivesse um filho homem, também ensinaria a cozinhar, pregar botão, varrer a casa, consertar chuveiro, etc.

Eu sempre dizia que devemos criar os filhos para o mundo, e não para ficar embaixo das nossas asas. Mas quando eu não era mãe, o que mais ouvia era “você fala isso porque não é mãe”. Hoje eu sou mãe e posso dizer que a minha opinião continua exatamente a mesma. Criamos os filhos para o mundo. Por isso a importância de estimular a criatividade, a independência e, principalmente, a liberdade dos nosso filhos.

~ Yuka ~

24 comentários em “Filhos livres e independentes

  1. As pessoas fazem esses comentários porque está na moda falar que ensinar tarefas domésticas é machismo ou exploração infantil, mas na verdade não é nada disso. É preciso ensinar tanto meninas como meninos a colaborar com serviços de casa como cozinhar, limpar, arrumar, cuidar de pequenos reparos, para torná-los independentes mesmo, pois eles não ficarão sempre sob as asas dos pais. Além disso é uma forma de ensinar que todos trabalham e precisam colaborar para um ambiente de bem estar. Você está certíssima!

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  2. Concordo plenamente com você Yuka! Minha mãe me ensinou tudo isso e quando eu tive que sair de casa aos 17 anos, consegui me virar muitíssimo bem. As pessoas hoje em dia fica com “pena” das crianças, achando que estão explorando ou coisa parecida, mas ao invés disso, estão criando pessoas dependentes e totalmente preguiçosas…isso sim! A garotada de hoje em dia (que eu vejo no meu convívio), para simplesmente arrumar a cama, torna-se um parto, isso quando arrumam… Como dizem, não devemos apenas pensar em qual mundo queremos deixar para nossos filhos, mas também, quais são os filhos que vamos deixar para esse mundo. Parabéns pela excelente educação que está dando! Abraços, Yasmin

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    1. Oi Yasmin. E o fato da sua mãe ter ensinado você desde cedo, fez com que você já soubesse como lidar com essas pequenas tarefas de casa aos 17 anos. Comigo foi assim também. Saí de casa aos 17 para fazer faculdade. Alguns adolescentes (e até mesmo adultos) acham que arrumar a própria cama é dever dos pais, recolher as roupas sujas jogadas pela casa também é dever dos pais… Ai ai ai, né? Beijos.

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  3. Oi Yuka,
    Fui criada assim e também estou criando minha filha dessa forma. Se tivesse um filho também seria assim. Muitas pessoas acham as tarefas da casa inferior. Acho que tudo que fazemos pra gente, pra nossa família e pra nossa casa não tem nada de inferior. Lembro que quando criança, as colegas da rua diziam que minha mãe tratavam a gente (eu e irmãos) como empregados. Hoje vejo como a criação da minha mãe foi importante pra gente.

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    1. Oi Andréa. Às vezes queria ter um filho homem só pra quebrar alguns tabus rsrs (brincar de boneca, ensinar a cozinhar, etc). Meu marido (que divide as tarefas de casa comigo) sempre fala que serviço de casa é muito mais puxado do que trabalho de escritório. Acho que antigamente os pais eram mais firmes, né? Temos muito o que aprender com os nossos pais. Beijos.

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  4. Oi Yuka,
    Fui criada assim e também estou criando minha filha dessa forma. Se tivesse um filho também seria assim. Muitas pessoas acham as tarefas da casa inferior. Acho que tudo que fazemos pra gente, pra nossa família e pra nossa casa não tem nada de inferior. Lembro que quando criança, as colegas da rua diziam que minha mãe tratavam a gente (eu e irmãos) como empregados. Hoje vejo como a criação da minha mãe foi importante pra gente.

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  5. Concordo plenamente com sua maneira de pensar, Yuka!
    Pretendo ensinar tudo que sei e faço ao meu filho. Pois realmente é horrível depender de outra pessoa. Tenho como exemplo meu tio que não sabe fazer comida, lavar roupa, varrer a casa, pois esse foi o modo como minha avó materna o criou, sempre fazendo tudo por ele.
    Vejo muitas mães fazendo tudo por seus filhos, coisas básicas que até bebês podem fazer (como jogar o lixo fora e tirar a roupa da máquina). O machismo está entranhado na mente das pessoas, elas acham que menino não pode cozinhar ou varrer a casa.
    Sorte a nossa que temos uma mente mais ampla.
    E as pessoas podem até pensar que exploramos nossos filhos 🙄, mas na verdade eles só tem há ganhar com a forma como pensamos. Ninguém merece ficar dependendo da mãe pra fritar ovo! rsrs

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    1. Oi Mallu, taí, o seu tio seria um bom exemplo mesmo de como depender de alguém é ruim. As pessoas (inclusive nossos filhos) podem até achar ruim no início de ter que ajudar nas tarefas de casa, mas é uma tarefa importantíssima, de saber que como membro integrante da família, tem que fazer alguma coisa, já que mora na mesma casa. Minha mãe sempre dizia que nós não morávamos em hotel, por isso tínhamos que ajudar. rs. Beijos.

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  6. Oi Yuka faz tempo que não deixo cometários por aqui, mas continuo lendo rs. É a correria do dia que a gente fica, depois eu deixo e por ai vai.
    Eu concordo com você em todos os posts que você escreve estou sempre concordando parece que estou lendo eu mesma na vida rs.
    Eu sou da mesma opinião e ainda tenho um casal de filhos um menino de 10 e uma menina de 7 e posso te dizer que não abro mão de o que eu puder ensiná-lo vou ensinar. Acho válido, eu sempre fui uma criança com iniciativa em aprender as coisas tanto que de criança aprendi, crochê, tricô. Então meus filhos arrumam a própria cama, minha filha ajuda colocar mesa p jantar ou almoço e meu filho põe em ordem, ajudam a dobrar as roupas que tiro do varal.
    E querem aprender a cozinhar, essa parte tenho receio pois o fogão ainda tenho medo….mas ajudam quando vou fazer algo como pão ….bolo essas coisas querem saber o que vai de ingrediente e etc… e aos pouquinhos vou ensinando sem sobrecarga. E outro dia meu filho pediu p aprender a fazer tricô, meu marido falou ….tricô, eu já olhei rápido p ele e falei, porque não?
    Meu irmão aprendeu e até ajudava em uma época que minha mãe fazia blusas p vender nós 3 filhos dela todos ajudavam ela inclusive meu irmão!
    Ele ficou quieto rs…Acho que o mundo precisa abrir a mente , as pessoas precisam criticar menos e incentivar mais ….eu ajudava meu pai quando era mecânico, se tiver que arrumar algo que homem faz….sem problemas se eu souber rs.
    Obrigada por todos os posts eu amo ler seu blog, tomará que você não para nunca !!
    Eu acabei excluindo meu blog …fui radical demais Yuka rs.
    Vou abrir um novo e fazer um post por semana, acho que dá para programar bem 😉
    Eu tinha pedido uma vez, se der para fazer um post falando de artesanato, ia ser legal, pois o mundo do artesanato está ficando obscuro, muitas brigas desnecessárias e fora que muitos não dão o valor e sei que você pode falar sobre, rs.
    Um super bjs e gratidão por seu blog !

    Dri 🙂

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    1. Oi Adriana! Realmente algumas tarefas estão muito ligadas a mulher ainda, né? Mas muito legal a sua atitude de incentivar seu filho a fazer tricô. Eu, particularmente, acho lindo ver homens fazendo tricô, cozinhando, fazendo tarefas de casa, cuidando dos pais, segurando os filhos no colo, enfim, tudo o que antigamente era ligado a tarefas de mulher. Continue incentivando seus filhos a serem e aprenderem o que eles quiserem. Assim, tenho certeza de que eles irão longe. Sabe em relação aos posts? Eu faço assim. Eu vou escrevendo quando tenho inspiração para o blog, e depois fica tudo agendado. Ou seja, eu tenho posts agendados até julho (no caso do Viver Sem Pressa, a periodicidade de publicação é de 1 por semana), assim não preciso sentar toda semana para escrever. Quem sabe não dá certo para você também? Eu não esqueci não esse pedido de post sobre artesanato. É que ultimamente não ando fazendo nada, rsrs. Estou com esperança de assim que eu entrar na minha licença-maternidade, talvez dê tempo de fazer algumas costurinhas e mostrar por aqui. 🙂 Daí escrevo, tá? Mas vai demorar mais um pouquinho, viu? Um beijo.

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  7. Olá, muito legal o seu blog. Também educo a minha filha com esse pensamento , ensinando ela a se tornar independente, agora que ela já está com 8 anos estou ensinando ela fazer bolos e alguns pratos salgados e ela adora.
    Abraços,
    Luzeli

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    1. Oi Luzeli! Muito legal ensinar sua filha a fazer bolos e pratos salgados. Tenho certeza de que quando ela crescer ainda mais, ela terá muito orgulho de saber cozinhar, além de ter boas lembranças de vocês terem cozinhado juntas. Um grande beijo.

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  8. Oi Yuka, excelente! Me lembrou de um livro que li recentemente que dizia para termos claros nossos objetivos em relação à educação dos nossos filhos. Se quero que minha filha seja educada, preciso me dedicar a ensinar boas maneiras. Se quero que seja independente, preciso dar recursos para que aprenda a fazer as coisas por conta própria. Muito boa a reflexão, afinal de contas, estas são habilidades para a vida não é mesmo? Independente de gênero é importante saber cuidar de si para não ficar à mercê dos outros.

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    1. Oi Bruna. Hoje em dia percebo muitos pais que tem desejos ambiciosos para os filhos, mas terceirizam os cuidados básicos como dar banho, fazer um jantar, brincar, amar… Desde que tive minha filha, eu desejo de coração que eu consiga ser uma mãe boa para ela. Que eu consiga ser firme, mas carinhosa. Que eu consiga mostrar para ela os valores da nossa família. Não é fácil desempenhar o papel de mãe, mas é importante a gente reconhecer a nossa fragilidade e tentar melhorar sempre, né? Beijos.

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  9. Realmente, esses comentários no trabalho que você recebeu foram bem desnecessário.
    Não que se aplique a você, pois como já disse se tivesse um filho o criaria da mesma forma, mas acho a discussão sobre o machismo na criação válida. Pois eu e meu irmão fomos criados assim. Ele ( mais velho) sequer tirando o prato da mesa, e eu fazendo comida, lavando a louça, a roupa, limpando a casa, tirando o lixo… Ele recebendo espadas, kit profissão, navios piratas, carros e eu recebendo bebês, vassourinhas e panelinhas rosas. Hoje ele é casado e repete o comportamento, não fazendo nada e achando que é obrigação da mulher dele cuidar do filho e da casa.
    Ainda não tenho filhos, mas quando os tiver, espero de verdade que venha meninos. Pois quero ensiná-los a serem independentes, e além de tudo a respeitar as mulheres e suas futuras esposas. Já deu desse pensamento que casa e filhos são obrigações das mulheres.

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    1. Eu tive duas meninas, e foi o que eu e meu marido queríamos. Mas se tivéssemos um terceiro filho, conversamos que “bem que podia ser menino” só pra gente criar sem essa de machismo. Ia ser lindo demais ver filhos e filhas lavando roupa, cozinhando, sem distinção de gêneros.

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  10. Yuka, sou casada e não tenho filhos. Concordo sobre ensinar a partir de ações do dia-a-dia, lúdicas que se tornarão compromissos de autonomia, com o passar dos anos. Fazer ou ter pessoas que façam, em vez de ensinar muitos fazem. Continue firme nesta jornada! Abraços, Ju

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